segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ensino de Climatologia

OS DESAFIOS DE ENSINAR A CLIMATOLOGIA NAS ESCOLAS
OLIVEIRA, Divino José Lemes de


; CHAGAS, Frank Luiz Rosa²; ALVES, Washington Silva³
Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá
¹zezinhopj@yahoo.com.br  ²frankluizipo@gmail.com  ³washiipora@hotmail.com
RESUMO
Trabalhar  a  Geografia  na  escola  implica  em  enfrentar  desafios. A  Climatologia  é  um  conteúdo relevante  da  disciplina  de  Geografia.  Dessa  forma  este  trabalho  tem  por  objetivo  demonstrar alguns  desafios  que  são  enfrentados  no  processo  de  ensino  dos  conteúdos  de  Climatologia  na escola, pois segundo os parâmetros curriculares nacionais, no processo de ensino aprendizagem é importante contextualizar os conteúdos com a realidade dos alunos para uma melhor absorção do conhecimento.  Nesta  perspectiva,  como  metodologia,  foi  proposta  uma  revisão  bibliográfica baseada em autores que trabalham o assunto abordado.
Palavras Chaves: Ensino, Climatologia, Contextualização
INTRODUÇÃO
A abordagem dos conteúdos de climatologia nas escolas públicas tem apresentado um saber  descontextualizado  da  realidade  dos  alunos,  pois  são  abordados  de  forma  estática,  sem ligação com os saberes dos alunos e com sua realidade. Segundo (CLAVAL, 2010), o saber-fazer, abordado  na Geografia  Vernacular,  não  pode  ser  desprezado  na  Geografia  Científica
Sendo assim  o  conhecimento  gerado  a  partir  do  senso  comum  deve  ser  levado  em  consideração, principalmente no processo de ensino aprendizagem. Na  maioria  das  vezes  o aprendizado  tem  sido  voltado  para  a  simples  memorização  (o decorar  conteúdos),  não  há  uma  contextualização  direta  com  a  realidade.  Não  há  uma preocupação em explicar as transformações ocorridas no espaço, não há uma valorização sobre a influência histórica da produção gerada nesse espaço pela sociedade. 
Geografia Vernacular: Segundo Claval, 2010 é um conhecimento baseado nos saberes-fazeres, no senso comum passado de geração a geração. 
II Congresso de Educação – UEG/UnU Iporá
A formação de professores: uma proposta de pesquisa a partir da reflexão sobre a prática docente
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Não  contextualizar  os  conteúdos  estudados  com  a  realidade  é  algo  criticado  por (CAVALCANTE, 2003), e diante disso o (PCN de 1998, p.26) afirma que:A  preocupação  básica  é  abranger  os  modos  de  produzir,  de  existir  e  de perceber  os  diferentes  lugares  e  territórios  como  os  fenômenos  que constituem  essas  paisagens  e  interagem  com  a  vida  que  os  anima.  Para tanto  é  preciso  observar,  buscar  explicações  para  aquilo  que,  em determinado  momento,  permaneceu  ou  foi  transformado,  isto  é,  os elementos  do  passado  e  do  presente  que  neles  convivem.  O  espaço considerado  como  território  e  lugar  é  historicamente  produzido  pelo homem  à  medida  que  organiza  econômica  e  socialmente  sua  sociedade (BRASIL, 1998, p. 26).
Diante  da  citação  o  nosso  objetivo  é  de  analisar  teoricamente  a  forma  com  que  a Climatologia,  inserida  no  ensino  de  geografia,  está  sendo  abordada  atualmente  nas  escolas, enfatizando os desafios enfrentados para o seu ensino e se a forma que está sendo trabalhada está adequada à proposta do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), o qual afirma que devemos contextualizar os conteúdos com a realidade dos alunos, valorizando o seu saber-fazer. A falta de entendimento dos temas relacionados à climatologia por professores e alunos é  algo  visível;  esta  questão  tem  sido  elemento  de  pesquisa  e  discussão  por  alguns  autores  da Geografia, onde estes afirmam que a pequena carga horária da disciplina de Geografia, a falta de material, a má formação do professor, e a falta de uma seqüência no nível fundamental, além da pouca estrutura oferecidas palas escolas e os baixos salários pagos aos professores, contribuem para  a  pouca  relevância  dada  a  este  tema  nas  escolas.  De  acordo  com  (STRAFORINI,  2002,p.96). 
Sabemos  que  nos  primeiros  ciclos  do  ensino  fundamental  as  aulas  de geografia,assim como das outras disciplinas que não sejam o português e matemática,  ocupam  um  papel  secundário,  muitas  vezes  irrelevante  no cotidiano  da  escola.  Sabemos  que  isso  decorre  da  falta  de  discussões teóricas,  metodológicas  e  epistemológicas,  bem  como  do  grande problema na formação dos professores das séries iniciais, que assumem as suas dificuldades perante a discussão teórica das referidas disciplinas.
Diante  dessa  situação  o  conteúdo  de  climatologia,  geralmente  é  deixado  em  segundo plano  pelos  professores,  em  decorrência  das  dificuldades,  anteriormente  mencionadas,  que  os docentes encontram em sua vida escolar.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A  metodologia  usada  para  a  elaboração  desde  trabalho  se  baseia  em  uma  revisão bibliográfica, sobre assuntos que abordam diretamente os desafios encontrados pelos professores em  trabalhar  os  conteúdos  de  Climatologia  nas  escolas  e  contextualizar  com  a  realidade  dos alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ensinar  climatologia  nos  dias  de  hoje  requer  o  entendimento  do  tema  por  parte  dos professores,  pois  este  conteúdo  desempenha  forte  ligação  no  dia  a  dia  dos  alunos  através  dos noticiários  e  jornais,  devido  à  própria  abordagem  atual  das  mudanças  climáticas  e  fenômenos como o Aquecimento Global, Efeito Estufa, Ilhas de Calor, etc. Segundo  (MENDONÇA  e  DANNI-OLIVEIRA,  2007),  afirmam  que  a  Climatologia aborda  os  padrões  de  comportamento  da  atmosfera  em  suas  interações  com  as  atividades humanas.  Dessa  forma  conclui-se  que  a  Climatologia  está  presente  no  dia-a-dia  da  sociedade. Observa-se assim que o estudo da climatologia é de fundamental importância e deve ser ensinado de uma maneira coerente nas escolas, pois faz parte do cotidiano das pessoas.
O  professor  de  geografia  do  ensino  fundamental  II  enfrenta  dificuldades  em  ensinar Climatologia,  em  decorrência  da  falta  de  conhecimento  prévio  dos  alunos,  referente  aos  temas trabalhados e dos próprios professores, algo que pode ser explicado pela má formação acadêmica, ou na própria negligência desses profissionais.Sendo  assim  podemos  apontar  que  o  próprio  docente  que  têm  dificuldades  em 
compreender  o  conteúdo  também  terá  dificuldades  em  ensinar  os  mesmos,  e  ao  trabalharem somente coma teoria contidas no livro didático, limitam a capacidade do aluno em contextualizar e enxergar os conteúdos na prática. De acordo com Castrogiovanni e Goulart: No  ensino  fundamental  e  médio,  o  livro  didático  não  deve  ficar  apenas como a única fonte de conhecimento, cabendo ao  professor buscar outras fontes e diferentes maneiras de trabalhar suas aulas de forma prazerosa e interessante;  deve-se  assim,  fornecer  aos  alunos  elementos  que estimulem,  a  partir  da  prática,  observação,  a  interpretação,  reflexão, analise,  e  visão  crítica  da  realidade,  fazendo  com  que  eles  se  sintam agentes  transformadores  da  sociedade.  (CASTROGIOVANNI  e GOULART 2003, p. 133).
Dentro  dessa  ótica  abordada,  devemos  levar  em  consideração  a  utilização  de  outros recursos didáticos no processo de ensino dos conteúdos de Climatologia, como: utilizar vídeos, documentários,  imagens  que  retratam  os  problemas  climáticos  e  também  utilizar  de  aulas práticas. 
Para (SOUSA et al, 2005), o aprendizado da Climatologia geográfica flui melhor a partir das aulas práticas nas  estações meteorológicas e na confecção de materiais pedagógicos, através de materiais recicláveis, como pluviômetros, anemômetros e termômetros que são utilizados para a coleta de dados climatológicos, os quais podem ser trabalhados com os alunos em sala de aula. Ao aplicar esse processo possibilita ao aluno compreender de forma prática as teorias vivenciadas dentro  das  salas  de  aula,  proporcionando  ao  aluno  a  oportunidade  de  relacionar  a  teoria trabalhada  dentro  da  sala  de  aula  e  a  prática,  tornando  assim  o  ensino  mais  pragmático  e contextualizado.
Além  do  professor  de  geografia  trabalhar  com  a  relação  teoria  e  prática,  o  mesmo também  deve  dominar  o  conteúdo  que  vai  ensinar,  para  que  assim  o  aluno  possa  participar  e contribuir em sala de aula. Pois a abordagem baseada apenas no uso exclusivo do livro didático, limitado  a  observações  de  gravuras,  não  permite  ao  aluno  compreender  de  fato  a  proposta  do conteúdo, sendo assim é importante o trabalho com aulas praticas. A proposta de oportunizar a participação  do  aluno  em  sala  é  algo  de  grande  importância  para  o  seu  aprendizado,  como  foi colocado por (CASTROGIOVANNI, 2007). 
CONCLUSÃO
É importante uma boa formação acadêmica dos professores de geografia, pois de acordo com  (FORTUNA,  2010,  p.02) A  climatologia  vem  desenvolvendo  e  aplicando  cada  vez  mais novas metodologias e abordagens de analise, ainda que estejam restritas ao ambiente acadêmico, não ''alcançando'' os espaços escolares. Uma das causas desse reflexo pode ser a falta de conexão entre  as  Universidades  e  as  escolas,  onde  por  sua  vista,  essa  falta  de  conexão  entre  escola  e Universidade,  deixa  a  desejar  em  relação  à  inovação  dos  métodos  de  ensino,  voltados  a Climatologia e a demais conteúdos. 
Concluímos  que  despreparo  a  falta  de  conhecimento  e  de  uma  metodologia  sobre  o ensino da Climatologia, por parte dos professores que atuam nas escolas, tem sido um problema na aplicação desse conteúdo em sala de aula e na formação do conhecimento do aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL.  Ministério  da  Educação  e  do  Desporto.  Parâmetros  Curriculares  Nacionais. 
Geografia. 5º a 8º Serie. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental. 1998. 156p.
CASTROGIOVANNI,  A.C;  GOULART,  L.B.A  Questão  do  livro  didático  em  geografia: 
elementos para uma analise, IN: CASTROGIOVANNI,A.C; CALLAI,H.C; 2003.
CASTROGIOVANNI,A.C.Para  entender  a  necessidade de  práticas  prazerosas  no  ensino  de 
geografia  na  pós-modernidade.  IN:REGO,  Nelson; 
CASTROGIOVANNI,A.C;KAERCHER,N.A. Geografia.Porto Alegre: Artmed, 2007.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2003.
CLAVAL, Paul. Epistemologia da Geografia. Tradução: Margareth de Castro Afeche Pimenta, 
Joana Afeche Pimenta. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.
MENDONÇA, F. ; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil.
São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
SOUSA, R. R. et all. Estação meteorológica como ferramenta para o ensino fundamental e 
médio  na  cidade  de  Jataí-GO.  In:  CONGRESSO  IBERO-AMERICANO  DE  EXTENSÃO 
UNIVERSITÁRIA, 8.Ed , Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro. 2005. 1 CD-ROM.
STRAFORINI, Rafael.  A totalidade mundo nas primeiras sériesdo ensino fundamental: um 
desafio a ser enfrentado. Terra livre, São Paulo.

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