sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O Meio Ambiente: O Discurso Geografico(Artigo Completo)

O MEIO AMBIENTE: O DISCURSO GEOGRÁFICO
RUMO A TRANSDISCIPLINARIDADE
Edson Soares Fialho
Departamento de Artes e Humanidades - Geografia
Universidade Federal de Viçosa (UFV) 

         Atualmente, a Geografia tem a tarefa de entender o espaço geográfico, cada vez mais dinâmicocom uso de novas tecnologias, possibilitando a circulação de produtos e o incremento do consumo num mundo capitalista que entende a natureza como elemento passível de ser privatizado, portanto transformado em mercadoria. Em conseqüência disso, possibilita maior distanciamento entre o tempo do ser humano e o tempo da natureza.
A redução das distâncias geográficas potencializa e amplifica os problemas socioambientais, tornando-os de ordem mundial. Na tentativa de reverter o descompasso entre necessidades e demandas de mercadorias, elemento catalisador de uma identidade ou condição de status-quo, acaba por pressionar a natureza, que cada vez mais, torna-se fragmentada.

A conseqüência disso é o aumento dos problemas sociais e ambientais. Nesse sentido, Layrargues [1] procura introduzir na discussão da problemática socioambiental, o papel dos serviços ambientais prestados pela natureza, tais como: produção de água, contenção das encostas, manutenção dos ciclos de nutrientes no solo, dentre outros e seus benefícios, distribuídos pela natureza, indistintamente à humanidade, com objetivo de criar uma nova percepção que abala o princípio dapropriedade privada, pois os serviços ambientais, enquanto externalidades positivas, são, por excelência, um patrimônio coletivo.
Considerar a natureza enquanto um patrimônio coletivo implica na redefinição do conceitode propriedade. Nessa questão, o sistema jurídico, quando envolvido em pendências ambientais, confronta diretamente o proprietário de um bem contra os interesses da coletividade. Na medidaem que, o serviço ambiental se dissemina de modo aleatório pela sociedade, o sistema jurídico não teria outra possibilidade que não interpretá-lo como de interesse difuso. Este está em função de um número indeterminado de sujeitos, revelando a recente vulnerabilidade do status–quoneoliberal centrado no indivíduo.
Nessa perspectiva, a Ciência Geográfica reaparece no cenário das ciências como uma ferramenta de auxílio no entendimento dos problemas do nosso cotidiano e dos problemas mundiais, que são colocados pelos meios de telecomunicações. Em razão disso, os professores de Geografia são cada vez mais requisitados, após a Rio-92, em suas práticas pedagógicas, a responderem questões relacionadas ao meio ambiente.

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